por Richard C. Mohs, Ph.D. - traduzido por HowStuffWorks Brasil
http://saude.hsw.uol.com.br/memoria-humana4.htm
Você está em um evento comercial e vê um colega do outro lado da sala. Conforme ele anda em sua direção, você de repente percebe que não consegue se lembrar do nome dele. Você está simplesmente experimentando uma interrupção do processo de montagem da memória - uma interrupção que muitos de nós começamos a experimentar por volta dos 20 anos e que tende a piorar conforme nos aproximamos dos 50. Essa perda de função dependente da idade aparece em muitos animais no começo da maturidade sexual.
Suas sinapses são reforçadas e as células fazem mais conexões, que são mais fortes entre si. Mas, conforme você envelhece, essas sinapses começam a falhar, o que irá afetar a facilidade com a qual você pode recuperar memórias.
Os pesquisadores têm diversas teorias sobre o que está por trás dessa deterioração, mas a maioria suspeita que o envelhecimento causa uma perda de células enorme em uma pequena região na parte frontal do cérebro que leva a uma queda na produção de um neurotransmissor chamado acetilcolina. A acetilcolina é vital para o aprendizado e para a memória.
Além disso, algumas partes do cérebro, essenciais para a memória, são altamente vulneráveis ao envelhecimento. Uma delas, chamada de hipocampo, perde 5% de seus neurônios a cada década que passa - com uma perda total de 20% na época em que uma pessoa estiver com 80 anos. Além disso, o próprio cérebro encolhe e se torna menos eficiente conforme você vai envelhecendo.
É claro que outras coisas podem ocorrer com o cérebro que podem acelerar esse declínio. Você pode ter herdado alguns genes problemáticos, pode ter sido exposto a venenos ou ter bebido e fumado demais. Tudo isso acelera o declínio da memória.
Assim, você pode ver que, conforme envelhece, algumas alterações físicas no cérebro podem dificultar você de lembrar uma coisa de forma eficiente. A boa notícia é que isso não significa que a perda de memória seja inevitável. Ao mesmo tempo em que algumas capacidades diminuem com o envelhecimento, a memória geral permanece forte para a maioria das pessoas com cerca de 70 anos. Na verdade, uma pesquisa mostra que o idoso de 70 anos realiza determinados testes cognitivos tão bem quanto muitos jovens de 20 anos, e muitas pessoas com 60 e 70 anos têm uma pontuação significativamente melhor na inteligência verbal que as pessoas mais jovens.
Os estudos também mostraram que muitos dos problemas de memória experimentados por pessoas mais velhas podem ser diminuídos - ou até revertidos. Estudos com populações de asilos mostraram que os pacientes podiam ter significativas melhorias na memória quando recebiam prêmios e desafios. Os exercícios físicos e a estimulação mental também podem melhorar a função mental.
Estudos com animais sugerem que estimular o cérebro pode impedir que as células encolham e até aumentar o tamanho do cérebro em alguns casos. Estudos mostram que ratos que vivem em ambientes com diversos brinquedos e desafios têm camadas cerebrais externas com neurônios maiores e mais saudáveis. Animais submetidos a muitos exercícios mentais têm mais dendritos, o que permite que suas células se comuniquem entre si. A pesquisa mostrou que, conforme ficamos idosos, um ambiente estimulante encoraja o crescimento desses dendritos, ao passo que um ambiente maçante impede esse crescimento.
O ponto importante a ser lembrado é que, conforme envelhece, você pode não aprender nem lembrar tão rapidamente quanto quando estava na escola, mas provavelmente aprenderá e lembrará quase tão bem. Em muitos casos, o cérebro de uma pessoa mais velha pode ser menos eficiente, não devido a algum problema estrutural ou orgânico, mas simplesmente como resultado da falta de uso.
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