Pela Profª Joelma Carneiro Catanho
JUSTIFICATIVA: o projeto surgiu a partir da necessidade de oferecer aos alunos do MPC – Movimento Pró-criança, ONG de Recife/PE, uma atividade que despertasse o interesse dos adolescentes assistido pela entidade.
Essa faixa etária estava demonstrando apatia pelas atividades oferecidas a eles. Sentiam a necessidade de serem desafiados. Além do mais, esses alunos também apresentavam dificuldades de relacionamento, concentração e rendimento escolar bastante deficiente.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Melhorar o relacionamento social;
• Melhorar o rendimento escolar;
• Desenvolver o raciocínio lógico;
• Desenvolver a leiturização;
• Aumentar a concentração;
• Ajudá-los em tomadas de decisões;
• Torná-los multiplicadores da prática do esporte;
• Torná-los pessoas mais seguras e melhores preparadas para a vida
OBJETIVO GERAL: oferecer uma atividade que pudesse atingir um público específico da instituição que apresentava desinteresse pelas demais atividades.
HISTÓRICO: o Projeto de Xadrez para a Vida, inicialmente era uma atividade opcional: xadrez. Em agosto de 2005, foi introduzido no MPC, na tentativa de despertar o interesse de um grupo de adolescentes que estavam apáticos a tudo o quanto lhes era oferecido pela instituição.
Inicialmente cinco alunos mostraram-se dispostos a conhecer a nova linguagem. Sendo esses alunos vistos como líderes, logo despertou a curiosidade de outros. No final do ano de 2006, o número de alunos havia crescido para 45. Lembrando sempre que essa atividade, o aluno opta por fazê-la.
Rapidamente, percebemos que o xadrez podia ter maiores aplicações. Não somente a de transmitir o aprendizado desse esporte. Dar uma visão holística dessa prática proporcionou a abordagem de fatos do cotidiano: meio ambiente, formas de governo, leiturização, namoro, hierarquia, descriminação social, relacionamento familiar, moda, etc. Todos vistos sob um ponto de vista desafiador. Assim como é a vida.
Logo, começamos a perceber que o número de assuntos discutidos em sala de aula se tornava infinitamente diversificados. Até que concluímos que a vida poderia ser descrita num tabuleiro de xadrez. Passando assim o projeto a se chamar: Xadrez para a Vida.
Como educadora, consegui ainda extrair dos alunos sentimentos muitas vezes ocultados por eles. Enquanto eles estão concentrados para fazer um lance, inicio um diálogo, muitas vezes respondidos com frases curtas e bastante objetivas, e seus olhares não desviam do tabuleiro, mas que respondiam exatamente o que eu necessitava saber. Normalmente, procuro entender mudanças de comportamentos, surgidas de forma repentina ou gradativa, que o aluno se nega falar. O interessante é que quando eles percebem que falaram “mais do que deviam”, eles tiram o olhar do tabuleiro e me olham nos olhos, mas não demonstram arrependimento, voltam a fitar o tabuleiro, e esperam que eu me pronuncie. O que faço ou não. Dependendo da informação obtida. Uma partida de xadrez pode funcionar como um confessionário.
Sempre procurando aperfeiçoar a introdução do xadrez na Instituição. Passei a adotar um fundo musical com música clássica, durante o momento reservado para o jogo. Além de propor a eles uma chance de conhecer outros ritmos musicais, cientificamente é comprovado que quando o cérebro humano está numa atividade de aprendizado e ou concentração, a música clássica atua como facilitador dessa tarefa. Logicamente, a idéia não agradou, pois os alunos estão acostumados a outros ritmos, mas atualmente, quando por ventura, esqueço de colocar o som, sou cobrada da falta da música.
E nossas vitórias são pequenas, mas significativas: um forte exemplo que temos foi transformação significativa em um aluno, que estava preste a ser desligado da Instituição devido ao seu péssimo comportamento, extrapolando qualquer tentativa de integrá-lo na Instituição. Esse aluno passou a freqüentar as aulas de xadrez, e a partir daí tudo mudou. Agora, ele não só está respondendo bem as outras propostas educativas do MPC. Como também, foi convidado por sua professora na escola, a participar como voluntário no projeto Escola Aberta como monitor de xadrez, e com perspectivas de ser remunerado futuramente.
Para 2007, solicitei aos pais dos alunos, o histórico escolar desde 2005. Com intuito de fazer um estudo do rendimento escolar deles e observar se houve alguma melhora neste sentido, uma vez ser esta uma teoria há muito defendida por vários estudiosos. E como esse projeto é ainda um bebê, procurarei acompanhar desde cedo seu crescimento. Até que ele possa ser forte o suficiente para andar só e ter continuidade com os próximos educadores que possam vir a assumi-lo.
http://sites.google.com/site/edukabrinke/Curiosidades-sobre-o-Xadrez
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