Dentre as atividades de trabalho da Secretaria Municipal de Educação, Formação de Educadores, o Clube de Xadrez Marabá tomou parte em uma palestra, realizada neste 14 de setembro às 10h00 da manhã, no Auditório da Escola Municipal de Ensino Fundamental Judith Gomes Leitão, no Núcleo Urbano da Velha Marabá.
O evento contou com a presença do educador da Semed, Orlando Moraes e equipe, além de cerca de uma centena de dirigentes de escolas que trataram de variados temas e contou com a participação do dirigente do Clube de Xadrez Marabá, Francisco Arnilson de Assis.
O representante do Clube de Xadrez procurou repassar informações sobre o que e para que serve se implantado o ensino nas escolas. Os diretores de Escola puderam ter um maior conhecimento sobre alguns benefícios.
O QUE É E PARA QUE SERVE O XADREZ
Neste jogo, é possível aprender e a jogar em qualquer idade. Ao contrário de outros esportes, você nunca precisará se aposentar. Para a pessoa idosa torna-se uma excelente terapia mental e também desenvolve a memória e ajuda a mantê-la ativa por mais tempo. O xadrez desenvolve a atenção e a capacidade de concentração focalizando o objetivo principal de um plano de ação para obter a vitória. Desenvolve o pensamento lógico, a imaginação, a criatividade, ensina a independência, pois, o praticante é forçado a tomar importantes decisões tendo como única influência o seu próprio julgamento.
O praticante gozará de certas capacidades como a de predizer e prever as conseqüências das ações. Ensina a avaliar os riscos de cada situação e escolher àquela que possibilitará menor risco.
Nas escolas ensinará a procura pelo melhor movimento, o melhor plano, a continuação mais bonita dentre as intermináveis possibilidades. Encoraja o progresso mediante o estudo, sempre buscando o aprimoramento pessoal e técnico nas tomadas de decisões, ou seja, o crescimento mediante mérito próprio.
Com apoio e didática pedagógica, será possível um ensino e uma aprendizagem consciente, onde o aluno deverá ser estimulado continuamente ao aprimoramento de sua capacidade de pensar. Desenvolver a autoconfiança em seu processo de crescimento escolar, adequando-se às exigências da Educação Moderna.
PESQUISAS COMPROVAM MELHOR RENDIMENTO ESCOLAR
Dentre as pesquisas científicas realizadas em diversas partes do mundo, destaca-se a realizada na Bélgica em 1976. O Dr. Johan Christian, depois de dois anos de experiências com dois grupos de 20 crianças entre 10 e 11 anos, comprovou que o aproveitamento escolar do grupo experimental foi 13,5% superior ao do grupo regular.
O pesquisador Joyce Brown na cidade de New York no ano de 1981 constatou considerável melhora no comportamento dos alunos, 60% menos incidentes e suspensões, além da melhora no aproveitamento escolar de 50% na maioria dos estudantes envolvidos.
George Stephenson (Marina, Califórnia-USA, 1985), após 20 dias consecutivos ddesenvolvendo um trabalho com um grupo de estudantes, constatou os seguintes resultados entre os alunos que apresentaram maior aproveitamento escolar:
Rendimento acadêmico 55%
Comportamento 62%
Esforço 59%
Concentração 56%
Auto-estima 55%
Os agraciados com o Prêmio Nobel de Economia de 1994, John Nash, John Harsanyl e Reinhard Selten, fundamentaram seu trabalho na chamada Teoria dos Jogos. (“Durante anos, três acadêmicos que se dedicaram a estudar o comportamento da economia segundo a lógica dos jogadores de xadrez,” “ganharam na semana passada o Prêmio Nobel de Economia” – Revista Veja, 19/10/1994 – * grifos nossos).
O PROJETO MAIS EDUCAÇÃO EM MARABÁ
A oportunidade também foi aproveitada para apresentação de alguns planos do Clube de Xadrez, como a formação da Ala Feminina de Senhoras e a Capacitação Empresarial, cursos que deverão ter a aprovação dos futuros dirigentes.
O Clube pretende, também, conforme o interesse dos educadores, criar o Departamento de Xadrez Educacional composto por educadores do Ensino Fundamental, com a participação de diretores escolares da rede pública e particular. Formando uma coordenação geral para discutir, debater, buscando a construção de projetos e estratégias visando a implantação do xadrez em diversas atividades pedagógicas, segundo a realidade das escolas locais.
Da mesma forma, deseja-se compor as coordenações do Ensino Médio e do Ensino Superior, cada uma buscando alternativas pedagógicas para diferentes finalidades como melhoria no rendimento escolar, redução da evasão escolar e, para a pesquisa e acompanhamento por parte de profissionais do ensino superior possa avaliar o grau de mudança desenvolvida nos alunos.
Os educadores demonstraram grande interesse em participar da implantação de atividades enxadrísticas e pediram apoio para o Programa Mais Educação do Governo Federal na forma de capacitação para os monitores que vão ministrar oficinas de xadrez. Cerca de 10 escolas vão oferecer o ensino de xadrez no contraturno do aluno, ou seja, para os que estudam no período matutino as aulas serão no período verspertino e vice-versa, são elas: Salomé Carvalho, Manoel Cordeiro, Irmã Teodora, Luterana, Judith Gomes Leitão, Silvino Santis, Basílio Miguel, Emília Ferreiro, Darcy Ribeiro e José Mendonça Virgolino.
A este respeito, o Clube de Xadrez vai prestar total apoio às Escolas e aos Monitores, servindo-se como um porto-seguro, aproveitando-se da vasta experiência adquirida ao longo de 21 anos de existência do Clube, podendo inclusive oferecer base bibliográficas aos monitores.
Na oportunidade Francisco Arnilson destacou a importância do Mais Educação que, se bem trabalhado nas Escolas vai deixar um impacto altamente positivo aos alunos envolvidos. Acredito que o Projeto tem tudo para ser sucesso e causar um grande impacto na melhoria intelectual, educacional e na parte comportamental. Vamos acompanhar e auxiliar sempre que for necessário e, principalmente, quando formos solicitados.
Durante a palestra vimos vários educadores pedirem o apoio e fazerem sugestões e solicitaram o apoio do Clube de Xadrez, é o caso das escolas: Elcione Barbalho, Darcy Ribeiro, Liberdade, Irmã Teodora entre outras.
Ficou o espaço aberto entre a Semed, por meio do Professor Orlando Moraes e o Clube de Xadrez Marabá para ampliar o diálogo e a parceria. Esperamos que o poder público possa contribuir neste grande projeto que utiliza-se da ferramenta pedagógica do xadrez, formando melhores cidadãos e contribuindo no desenvolvimento intelectual de nossos estudantes. Acredito que daremos os primeiros passos, destaca Francisco Arnilson.
LEIA MAIS SOBRE O XADREZ ESCOLAR:
REVISTA CONEXÃO PROFESSOR FAZ MATÉRIA SOBRE XADREZ ESCOLAR
sábado, 21 de março de 2009
Revista CONEXÃO PROFESSOR do Rio de Janeiro.
"O jogo de xadrez é considerado pelos estudiosos como um importante instrumento pedagógico que pode ajudar bastante no desenvolvimento da relação ensino-aprendizagem nas escolas.A prática enxadrística estimula o desenvolvimento de habilidades cognitivas como atenção, concentração, raciocínio lógico, memória, organização de ideias, imaginação, antecipação, espírito de decisão, autocontrole, disciplina, perseverança etc.Para Antonio Villar Marques de Sá, Professor Associado da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e um dos maiores especialistas em Pedagogia Enxadrística do Brasil, o xadrez, por se tratar de um jogo complexo, é uma das melhores atividades para desenvolver a capacidade intelectual dos jovens.“As crianças se desenvolvem muito bem no xadrez, apesar do estereótipo de que o xadrez é uma atividade para pessoas muito inteligentes ou ricas. É uma atividade muito socializadora. Pode ser trabalhada com pessoas de todas as classes sociais, de qualquer idade, sexo, portadores de deficiências...
Para o professor de Matemática e funcionário do NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional) de Itaperuna (RJ), Jorge Wilson Martins da Rocha, o xadrez deve ser utilizado sim como ferramenta pedagógica nas escolas, mas deve ser ensinado tanto por um jogador, que vai mostrar como se joga, quanto por um professor, que irá desenvolver o lado pedagógico da atividade. É fundamental a mescla entre o conhecimento pedagógico e o conhecimento específico do xadrez para que se obtenham bons resultados. Jorge Wilson é tricampeão estadual do Espírito Santo. Em Itaperuna, o professor dá aulas de xadrez no Centro Educacional Rocha, no Centro Educacional Redentor, no Colégio Estadual Rotary e na escola particular Guimarães. Os especialistas acreditam que as crianças podem ser iniciadas no xadrez desde pequenas. Baseada em trabalhos que desenvolveu em pré-escolas do município de Bauru (SP), Rosa Maria Fernandes Scalvi, Doutora em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade de São Paulo (USP), afirma que a partir dos cinco anos de idade a criança já apresenta habilidades para aprender os primeiros movimentos, o valor das peças etc. “Com sete anos a criança já é capaz de prever lances, elaborar estratégias e começar a entender as regras não só do jogo de xadrez, como de qualquer outro, entendendo que nem sempre é possível ganhar, que a quantidade de peças não significa superioridade no jogo etc.”, avalia Rosa Maria. Já o Professor Antonio Villar acredita que a idade ideal para uma criança enveredar pelos caminhos do xadrez seria aos oito anos, o que não impede que ela comece a ter os primeiros contatos com as peças e o tabuleiro antes disso.Para Wilson da Silva, mestre em Educação pela UFPR e doutorando também em Educação pela Unicamp, o xadrez merece crédito porque ensina às crianças o mais importante na solução de um problema, que é saber olhar e entender a realidade que se apresenta. “É comum notar crianças fracassando em matemática, por exemplo, por não entenderem o que o enunciado do problema lhes diz. Não sabem analisá-lo, aprendem fórmulas de memória; quando encontram textos diferentes não acham a resposta correta. [...]. Em uma época na qual os conhecimentos nos ultrapassam em quantidade e a vida é efêmera, uma das melhores lições que a criança pode aprender na escola é como organizar seu pensamento, e acreditamos que essa valiosa lição pode ser obtida mediante o estudo e a prática do xadrez”, destaca Wilson da Silva.Na sociedade de hoje não basta apenas ter o conhecimento, é preciso rapidez de raciocínio para tomada de decisão. Estamos sempre tendo que pensar em soluções para problemas cada vez mais urgentes e complicados. Por isso é muito importante ser criativo, usar a imaginação. Para tudo isso, o xadrez é uma ótima ferramenta.
Para Hindenburg Melão Jr., que entrou para o Guinness Book em 1998 com o “recorde mundial de xeque-mate anunciado mais longo em simultânea de xadrez às cegas”, é necessário que se façam algumas ressalvas quanto ao uso do xadrez como ferramenta pedagógica.“Infelizmente não há, que eu saiba, estudos bem conduzidos com a finalidade de avaliar os efeitos do Xadrez sobre o rendimento escolar ou sobre a evolução das faculdades intelectuais. Há muitos estudos, porém todos pecam em muitos aspectos. Um dos mais completos que conheço foi desenvolvido por Albert Frank, durante o período de 20 anos em que viveu na África, ensinando xadrez e Matemática a crianças e jovens. Albert é professor de Lógica e Matemática na Universidade de Bruxelas, árbitro internacional em várias revistas especializadas e fundador de uma sociedade internacional voltada para especialistas em Lógica e Puzzles chamada Ludomind. Recentemente foi campeão veterano da Bélgica, portanto possui uma excelente bagagem tanto para o ensino de xadrez quanto para o uso de ferramentas estatísticas de bom nível para investigar os resultados do estudo. No entanto, por limitações orçamentárias e de pessoal (professores) para colaborar, os estudos não tiveram como ser tão rigorosos quanto seria necessário, e as conclusões ficaram comprometidas. Há muitos estudos na Romênia, na Rússia, na Alemanha, na Inglaterra e em outros países. Até mesmo no Brasil há vários estudos que foram publicados nas extintas revistas Preto & Branco e Xadrez Coop, de trabalhos realizados por Antonio Villar Marques de Sá, Damaris Hadad, Joaquim de Deus Filho e outros. No entanto, os resultados anunciados nestas revistas carecem de teor científico por vários motivos metodológicos e técnicos. Um estudo de Joaquim de Deus Filho, por exemplo, se não me engano, se baseava numa amostra com 32 alunos. É um número muito pequeno, e não houve nenhum estudo com ferramentas estatísticas que permitisse isolar as variáveis que se desejava estudar. Apesar de todas estas ressalvas, intuitivamente me parece muito coerente supor que o Xadrez tenha um papel muito importante no desenvolvimento intelectual, por exercitar muitas habilidades diferentes e por tornar o raciocínio mais organizado. Isso pode ter aplicação em todas as áreas do conhecimento”, destaca Melão.
Antonio Villar acrescenta ainda que o xadrez se apresenta como um excelente instrumento na formação de futuros professores das mais diversas disciplinas, uma vez que favorece a compreensão da estrutura do pensamento lógico, o que facilitará a transmissão dos conhecimentos aos seus alunos.
Outros benefícios do xadrez:
- Estimula a auto-estima, a competição saudável e o trabalho em equipe;
- Pode ser usado como elemento estruturador do tempo livre do indivíduo;
- Por ser um jogo de regras, dita uma pauta ética em um momento propício para a aquisição de valores morais."
Fonte: http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/temas-especiais-21.jsp
O XADREZ E A MULTIDISCIPLINARIDADE
Revista CONEXÃO PROFESSOR do Rio de Janeiro.
É sabido que a prática do xadrez auxilia os alunos no seu rendimento escolar através do desenvolvimento de diversas habilidades cognitivas. No entanto, é fundamental que o professor saiba como utilizá-lo pedagogicamente na sala de aula. Não se trata apenas de uma atividade que se restrinja às aulas de xadrez ou às horas de lazer do aluno. O xadrez pode e deve ser trabalhado em sala de aula, de forma multidisciplinar, seja dentro da Matemática, da História, do Português ou de qualquer outra disciplina.
Segundo o Professor Sylvio Rezende, muitas pessoas só ligam a prática do xadrez à Matemática. “Isso é um equívoco. A abrangência do xadrez é muito maior e ele pode ser utilizado nas aulas de qualquer disciplina”, destaca.
O Professor Antonio Villar, da Universidade de Brasília, concorda que o ensino de xadrez possa ser integrado a todas as outras disciplinas da grade curricular. Para demonstrar isso, ele cita algumas formas de se trabalhar o xadrez em sala de aula junto a outras disciplinas:
História e Geografia - Podem ser enriquecidas pelo próprio fato de a origem do xadrez ser misteriosa, contando com diversas lendas e várias versões: “jogo do elefante” (siang k'i) na China no século 2 d.C. ou “jogo dos quatro membros” (chaturanga, em sânscrito) na Índia no século 6 d.C. Viajando por regiões como Pérsia e Arábia, o xadrez foi recebendo importantes contribuições desses povos antes de chegar à Europa por volta do século 10. Hoje, ele está presente nos cinco continentes.
Artes e trabalhos manuais - Os campos do conhecimento relacionados às Artes têm infindáveis relações com o xadrez. Além da confecção dos materiais enxadrísticos pelos próprios alunos, muitos livros, revistas, jornais, sites, CD-ROM e vídeos poderão ser utilizados pelo(a) professor(a) para ilustrar suas aulas, relacionando-as com balé, desenho, escultura, filatelia, publicidade e até arquitetura. Outra atividade possível é a criação e a apresentação de peças teatrais.
Ciências - O tabuleiro é um pequeno laboratório envolvendo observação, análise, hipótese e prova. Quanto à Física no Ensino Médio, uma aplicação, entre outras, será a construção, pelos alunos, de relógios de xadrez a partir de conhecimentos básicos sobre circuitos.
Matemática - No que concerne à Matemática, o xadrez é um dispositivo eficaz para a aprendizagem da aritmética (noções de troca, valor comparado das peças, controle de casas, enquanto exemplos de operações numéricas elementares...), da álgebra (cálculo do índice de desempenho dos jogadores, que é assimilável a um sistema de equações com “n” incógnitas...) e da geometria (o movimento das peças é uma introdução às noções de verticalidade, de horizontalidade, a representação do tabuleiro é estabelecida como um sistema cartesiano...).
Informática - O xadrez é um excelente meio para apresentar a informática aos alunos: gestão de torneios, navegação na internet, rating dos enxadristas, torneio com computadores, entre outros.
Língua Portuguesa e línguas estrangeiras - Partidas entre escolas, por correspondência, por fax, pela internet, e por telefone são pretextos para um salutar intercâmbio com pessoas de diferentes culturas e até línguas.
No que se refere à Literatura, existem mil anos de rimas, versos, emoções, desencantos e encantos com a temática do xadrez: conto (Edgar Poe); crônica (Fernando Arrabal); ficção científica (John Brunner); história em quadrinhos (Walt Disney); memórias (Garry Kasparov); novela (Stefan Zweig); poesia (Fernando Pessoa); policial (Arturo Péres-Reverte) e romance (Vladimir Nabokov). Também deixaram muitas citações sobre o esporte-arte-ciência em suas monumentais obras: Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Machado de Assis e Monteiro Lobato.
Educação Física - Dependendo do objetivo do(a) professor(a) de Educação Física, o enxadrismo poderá ser utilizado enquanto atividade lúdica, esporte, ferramenta pedagógica ou lazer. Também é uma ótima alternativa para dias chuvosos.
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/temas-especiais-21a.asp
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