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domingo, 5 de fevereiro de 2012

523 - O PLANETA DOS MACACOS, A ORIGEM (2011)

Planeta dos Macacos: A Origem é um prelúdio para a franquia de filmes Planeta dos Macacos iniciada em 1968. Ele conta a como os macacos abandonaram a submissão aos seres humanos e reinaram sobre estes, de uma forma inteligente e sobretudo, brilhante. É numa narrativa tranquila que o filme apresenta como os chimpanzés reverteram o quadro de domínio, dando brecha para instigar reflexões acerca da ciência e dos maus tratos aos animais.

O filme consegue se sustentar numa base de atuação fora do comum. Ele despreza um grande elenco, uma vez que o foco da trama cai em grande parcela sobre o ator Andy Serkis, que deu expressões e emoção ao macaco César, graças a tecnologia da WETA Digital. James Franco, Freida Pinto, Tom Felton e John Lithgow têm participações consideradas pequenas quando comparadas a importância de Serkis para com César. Serkis, que já havia trabalhado com captura de movimentos no personagem Gollum da trilogia O Senhor dos Anéis, ajudou a WETA a apresentar um personagem digital que durante diversas sequências nos faz esquecer que não estamos vendo um chimpanzé real na tela. Chega a ser amedrontador o olhar que Serkis cedeu a criatura, quando ela demonstra a evolução do animal que vem a liderar a grande revolução sobre os humanos.

Na história, James Franco vive Will, um cientista que trabalha na indústria farmacêutica. Seu projeto atual é um antídoto para o Alzheimer, que é testado em um grupo de macacos no laboratório. No início do teste, após um acidente com um dos macacos, a empresa decide parar o projeto e ordena que as cobaias (os macacos) sejam sacrificados. É neste momento em que o filme introduz como os humanos são, de maneira geral, seres superiores abomináveis. Há uma preocupação em esclarecer, nos momentos iniciais, que os macacos são seres extremamente explorados, coisa que o diretor Rupert Wyatt conseguiu fazer muito bem.

César é um destes macacos, que salvo por Will, vira um animal doméstico. Logo César começa a responder ao antídoto que corre em suas veias, apresentando melhoras físicas e intelectuais. Calmamente a narrativa dá espaço para que o telespectador descubra, junto com César, Will e os outros personagens, o potencial que o medicamento tem nos chimpanzés. Pouco a pouco a trama se arrasta de maneira interessantíssima nesta descoberta, culminando num macaco quase humano.

Serkis, como César, honra o cargo de protagonista com atuações impecáveis. Ele simplesmente dá uma personalidade séria e madura ao macaco, que explica — sem faltar nenhum detalhe — como ele se tornou líder de um grande exército de chimpanzés. O macaco se revela decidido a se libertar do mal que assombra a todos os animais de sua espécie. A submissão não é mais uma opção e César consegue deixar isto tudo muito explícito; o que ele propõe, já no auge de sua inteligência, é que todos os símios vivam livremente e o que a trama mostra é que isto não pode acontecer paralelamente ao mundo dos seres humanos.

O conflito que surge é contado com sequências de intensa ação. Os macacos confrontam os seus dominadores exigindo liberdade, deixando claro que eles agora são seres racionais; parte de um grupo organizado, entrando numa batalha planejada pela fuga do domínio. É surpreendente ver, mesmo que na ficção, criaturas como chimpanzés lutando em grupo por um interesse comum. Eles conseguem se assemelhar a guerreiros humanos, colocando em prática táticas de combate como se já treinassem para aquilo há anos.

O longa levanta uma hipóstese para a extinção da humanidade, trazendo consigo referências à franquia Planeta dos Macacos, a começar pelos personagens deste prelúdio que são os próprios chimpanzés que estão nos clássicos. A história, mesmo que não necessite, deixa abertura para uma sequência que poderia agradar bastante.




Curiosidades:
» Nas cenas iniciais o chipamzé César, com três anos de idade completou a Torre do Luca em 15 movimentos. Na sequência está diante de um tabuleiro de xadrez, com uma das mãos à cabeça e defendendo as peças pretas parece analisar algum lance. E ainda em seu relatório o Dr. Will fala que ele joga xadrez muito bem.
» Este é o segundo filme em que Andy Serkis empresta seus movimentos a um macaco, sendo a primeira em 'King Kong' de 2005.
» O nome dado a mãe de César é "Bright Eyes", devido à coloração nos olhos causada pelo vírus ALZ-112. "Bright Eyes" é o nome dado a Taylor (Charlton Heston) pelo Dr. Zira (Kim Hunter), no Planeta dos Macacos original.
» O nome do personagem de Tom Felton é Dodge Landon, referência para Dodge (Jeff Burton) e Landon (Robert Gunner), colegas de Taylor (Charlton Heston) em 'Planeta dos Macacos'.
» Em uma cena, César está montando um quebra-cabeças da Estátua da Liberdade, em referência ao fim do Planeta dos Macacos original.
» Kathryn Bigelow, Robert Rodriguez, Tomas Alfredson, Allen Hughes e Albert Hughes, Pierre Morel, James McTeigue, Dennis Iliadis e Scott Charles Stewart foram cotados para a direção.
» Rupert Wyatt ('The Escapist') dirige.
» Inicialmente intitulado 'Rise of the Apes' (A Ascensão dos Macacos), foi alterado para 'Rise of the Planet of the Apes' (A Ascensão do Planeta dos Macacos).
» A empresa preferiu esquecer totalmente a refilmagem de 2001, dirigida por Tim Burton.

O Planeta dos Macacos: A Origem é definitivamente um dos melhores filmes de 2011.

Elenco:
James Franco,
Freida Pinto,
Andy Serkis,
Brian Cox,
Tom Felton,
David Hewlett,
John Lithgow.

Direção: Rupert Wyatt
Gênero: Aventura
Duração: 105 min.
Distribuidora: Fox Film
Estreia: 26 de Agosto de 2011

Fontes:




















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