Mais do que lazer, o xadrez é um grande aliado na educação |
MINICAMPEÃO
A executiva Célia Regina da Silva tornou-se uma entusiasta do xadrez na escola. "Meu filho joga desde os 7 anos no colégio e acompanhei de perto o quanto isso estimulou o raciocínio lógico e a criatividade dele", diz. O garoto, Guilherme, agora com 9 anos, virou um craque no tabuleiro: é bicampeão interescolar em São Paulo, campeão paulista e brasileiro na categoria abaixo dos 10 anos. "O xadrez me ajudou a raciocinar mais rápido. Fiquei esperto e confiante", resume Guilherme.
MAIS ATENTOS
O professor de xadrez José Antonio Rosa lembra que o jogo, por desenvolver habilidades como a concentração, pode trazer muita ajuda a crianças com distúrbio nessas áreas, como as hiperativas. "O xadrez toma conta da atenção delas. Conseguem ficar paradas jogando", afirma. Outros benefícios da atividade, segundo ele, são o desenvolvimento do autocontrole, da paciência e da memória, além da capacidade de antecipar as ações. "A criança tem de prever a jogada do adversário e com base nisso preparar a sua. É um ótimo uso para a imaginação que não falta às crianças", conclui o professor Rosa.
MOMENTO DE APRENDER
Para o professor José Antonio Rosa, as crianças podem começar a aprender xadrez por volta dos 6 anos, mas aos 7 terão facilidade maior para praticar. "Nessa idade, elas estão mais abertas ao aprendizado, em fase de alfabetização, quando entram em contato com uma série de novos símbolos e linguagens", explica. Em três aulas, de acordo com o especialista, a criança está jogando, sabe mover as peças de forma básica. Em seis meses, começa a buscar estratégias nas jogadas e a entender um pouco de tática. Já pode participar de torneios escolares.
Depois do futebol, o esporte mais praticado no mundo é o xadrez. E, assim como a bola, ele entrou na escola e disputa a paixão da garotada. De atividade extracurricular para ocupar alunos que ficam o dia todo no colégio, o xadrez passa cada vez mais a ser adotado como recurso pedagógico para o ensino de disciplinas como a matemática ou a história. Alguns colégios já tornaram o aprendizado no jogo de tabuleiro obrigatório. "Começamos com alunos de 10 a 12 anos, e o resultado e a aceitação foram tão bons que estendemos para os de 9 e pretendemos reduzir ainda mais a idade dos praticantes", conta a coordenadora pedagógica Silvia Azevedo, do Colégio Emilie de Villeneuve, em São Paulo. "Nossos alunos chegaram a produzir um jornal do xadrez, mostrando que o jogo se presta também ao ensino do português e das artes. Na matemática, é fantástico. A criança aprende a criar estratégias, o que a treina a buscar caminhos próprios para a solução de problemas", ressalta Silvia.
REDAÇÃO DA REVISTA CRESCER
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI16624-15146,00.html
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