EM PORTO ALEGRE (RS)
PROFESSORA É ESPANCADA EM SALA DE AULA
http://noticias.uol.com.br/album/101106semana_album.jhtm?abrefoto=28
A imprensa nacional noticiou neste dia 11 de novembro um fato estarrecedor para quem trabalha com educação, a violência. As imagens mostraram a professora Jane Antunes, de 57 anos, da Escola Técnica Factum, situada no Centro de Porto Alegre, com os dois braços engessados e seis dentes quebrados. A agressão foi realizada por um aluno do Curso de Enfermagem, que também é Professor de Lutas Marciais, de 25 anos. A professora foi atacada covardemente pelo aluno com uma cadeira de ferro, socos e pontapés. O elemento conseguiu se evadir do local e até o momento ainda não foi preso pela polícia.
A violência é um problema social que está presente nas escolas. Ela revela que há uma crise na relação aluno e escola. A violência é manifestada de diversas formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Isso não deveria acontecer, pois escola é lugar de formação da ética e da moral dos sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários.
Os conflitos envolvem educadores e alunos. Mas, o que parece é que a violência só ocorre nas ruas das cidades – a violência urbana, a violência doméstica, os latrocínios, formação do crime organizado, quadrilhas e etc, deixando de lado a violência intramuros, nas Escolas.
Nas escolas, as relações do dia-a-dia deveriam traduzir respeito ao próximo, através de atitudes que levassem à amizade, harmonia e integração das pessoas, visando atingir os objetivos propostos no projeto político pedagógico da instituição.
Quando se pensa em escola, pensa-se em conteúdos. A Escola precisa promover valores e sem ações de prevenção as instituições estão recebendo os efeitos desta violência. A solução vem com ações em múltiplas instâncias, se por um lado vamos vigiar, também vamos trabalhar na formação, diz a educadora Silvia Colelo da Universidade de São Paulo (USP). Veja reportagem no site:
EM BELÉM
A POLÍCIA DIZ QUE NESTE ANO FORAM 143 OCORRÊNCIAS DE VIOLÊNCIA EM ESCOLAS
Do G1, com informações do Bom Dia Brasil
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL870604-5598,00.html
A rivalidade entre alunos de escolas públicas de Belém virou caso de polícia. O problema ficou tão grave que muitos estudantes têm medo de andar na rua com o uniforme do colégio. As brigas têm dia e hora marcados. Tudo acontece na saída da escola e os alunos estudantes acompanham as brigas.
Os alunos contam que brigas na rua viraram rotina. Uma menina diz que os estudantes usam pedras, rojões e dão socos nos rivais.
De acordo com a Polícia Militar, 143 ocorrências foram registradas em escolas da capital do Pará Belém só este ano. Várias armas foram apreendidas com estudantes. Para tentar reverter a situação, a polícia quer ampliar o patrulhamento e as operações nos colégios.
Neste ano, uma adolescente foi morta a facadas dentro da sala de aula por outra estudante. Soraia Barbosa Marinho tinha 15 anos. Segundo o pai, ela foi assassinada depois de discutir com a outra aluna durante o intervalo.
“Eu não me conformo, não aceito que qualquer aluno venha morrer dentro de uma sala de aula. Não tem lógica, isso não tem cabimento”, diz o pai da vítima, o técnico em eletrônica Josias da Silva Marinho.
Em uma escola, as crianças e jovens usam mensagens de paz no uniforme. E a diretora faz um apelo para que os pais conversem com os filhos. “Dentro da escola, somos responsáveis, mas lá fora a família é responsável por esses jovens”, diz Evangelina Sampaio Benassuly.
EM SÃO PAULO
OS CASOS MAIS RECENTES DE VIOLÊNCIA
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1740995-EI306,00.html
Os meses de junho e julho foram marcados por atos violentos contra professores e funcionários de escolas públicas paulistas. Alunos são suspeitos de incendiar o carro de uma diretora, funcionária foi pisoteada por alunos, outra teve o cabelo queimado com um isqueiro e em São Bernardo do Campo, em uma escola municipal, uma professora perdeu parte do dedo indicador quando tentava trazer de volta para a sala de aula um aluno que se escondeu no banheiro. No Estado foram registrados neste ano mais de 217 casos de agressão. Veja a cronologia dos casos mais recentes.
Data: 18 de junho
Cidade: SUZANO
Ocorrência: uma professora foi agredida por um aluno depois de ter colocado o mesmo para fora da sala. Houve discussão e ela ficou com um grande hematoma no olho esquerdo.
Data: 19 de junho
Cidade: VOTORANTIM
Ocorrência: uma professora da 8ª série de uma escola estadual de Votorantim teve os dentes quebrados depois de uma discussão em sala de aula com alunos.
Data: 20 de junho
Cidade: SAO JOSÉ DO RIO PRETO
Ocorrência: um aluno de 14 anos queimou o cabelo de uma professora com um isqueiro.
Data: 27 de junho
Cidade: SÃO BERNADO DO CAMPO
Ocorrência: professora da rede municipal de ensino teve parte do dedo decepado depois de tentar trazer de volta para a sala um aluno que havia se escondido no banheiro. O acidente aconteceu quando o aluno bateu a porta com força, acertando o dedo da educadora.
Data: 29 de junho
Cidade: MACATUBA
Ocorrência: alunos do terceiro ano do ensino médio espalharam cola de secagem rápida na cadeira de uma professora. Ela teve a calça rasgada e pequenas queimaduras nas pernas.
Data: 3 de julho
Cidade: DRACENA
Ocorrência: a servente Nair Silva Alves, 67 anos, foi pisoteada por alunos do ensino fundamental logo depois que abriu o portão para o acesso dos alunos à sala de aula. "Não me lembro de nada, nem consigo identificar quem foi."
Data: 3 de julho
Cidade: PIRAJU
Ocorrência: diretora de colégio tem carro incendiado na garagem de casa. Dias antes ela registrou boletim de ocorrência contra um dos supostos envolvidos no incêndio, aluno de sua escola."
PROFESSORA É SUSPEITA DE AGREDIR ALUNOS EM ESCOLA
Agência Estado
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/11/10/professora-e-suspeita-de-agredir-alunos-em-escola-de-sp.jhtm
Uma professora de 62 anos é suspeita de agredir três alunos de 8 anos, ontem, em uma escola estadual em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. As crianças devem passar por exames de corpo e delito para comprovar, ou não, as agressões. Conforme a Secretaria de Estado da Educação, a professora foi afastada de suas funções por meio da Diretoria de Ensino do município.
NO RIO DE JANEIRO
MÃE DE ALUNO AJUDA FILHO A BATER EM PROFESSORA
Cristiane Ribeiro
Da Agência Brasil
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/05/03/mae-de-aluno-ajuda-filho-a-bater-na-professora-leia-relatos-sobre-violencia-escolar.jhtm
Depois de uma briga no pátio da escola, em Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro, a diretora chama as mães dos alunos envolvidos para conversar e um deles parte para cima dela com socos. Quebra as janelas da escola e a mãe ajuda, gritando palavrões e depois arrancando a fiação do telefone da secretaria da escola para impedir que a polícia fosse chamada. Na delegacia, a diretora contou apenas que foi xingada.
Outra escola, no bairro do Rocha, também na zona norte, foi apedrejada por alunos insatisfeitos com as normas disciplinares e estudantes ficaram sem aulas por alguns dias em um protesto dos professores contra a falta de segurança para trabalhar.
Esses dois casos tornaram-se públicos há pouco mais de um mês, mas somam-se a outros que não são divulgados na imprensa ou que ficam apenas nos registros das escolas diante das ameaças feitas pelos estudantes protagonistas da violência.
RELATOS SOBRE CASOS DE VIOLÊNCIA ESCOLAR
“Fui firme numa atitude disciplinadora, contrariando os atos de um aluno e, após o término das aulas, encontrei meu carro pichado, com inscrições que faziam alusão a uma facção criminosa e com a frase “vai morrer”, além de palavras obscenas. O caso foi discutido com a direção da escola que tomou as providências internas junto com a Guarda Municipal”, relatou o professor de uma escola em Campo Grande, na zona oeste, membro do Conselho Escola Comunidade. Ele disse que mesmo assim está inseguro para trabalhar, pois o aluno continua frequentando as aulas. O conselho ajuda a direção da escola a tomar decisões.
Também em Campo Grande, uma diretora foi mais longe. Chamou os pais do aluno rebelde, de 18 anos, e o encaminhou à delegacia do bairro para registrar a ocorrência de desacato. Para não ser transferido da escola, o aluno teve que se retratar com os colegas, o professor e a própria diretora.
Em Ramos, na zona norte, a professora de um Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) acabou pedindo transferência para outra unidade depois de ouvir palavrões de um aluno que ela colocou para fora de sala por indisciplina. “Antes da transferência passei muito mal, com crises nervosas. Fiquei tão descontrolada que brigava com meus filhos e com meu marido por nada. A direção da escola disse que encaminhou o caso para a Coordenadoria Regional de Educação [CRE], mas nunca fui chamada para prestar esclarecimentos e o aluno continua na escola, como se nada tivesse acontecido.”
O estudante Willian de Andrade, de 18 anos, ex-aluno da rede, contou ter presenciado vários casos em que seus colegas desacatavam professores e até chamavam para brigar fora da escola. Segundo ele, em nenhum desses casos seus colegas tinham envolvimento com o tráfico de drogas. “Vi muita coisa, mas sempre fiquei calado, com medo de apanhar dos colegas. Já os professores os encaminhavam para a secretaria, mas depois eles voltavam a agir da mesma forma.”
Para a coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe), Edna Félix, esses relatos comprovam a veracidade de um dossiê feito pela entidade em 2007 e que vem sendo atualizado a cada ano. O documento, segundo ela, já foi encaminhado ao Ministério Público pedindo providências.
“Os casos divulgados na mídia são novos, mas outros tantos não vieram a público. Já procuramos o Ministério Público, a Câmara de Vereadores e a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] para tentar ajuda na cobrança do governo quanto às medidas que garantam a segurança das pessoas”, disse a professora, destacando que essas entidades responderam às solicitações e informaram que estão estudando formas de interpelar a Secretaria Municipal de Educação.
Os pais dos alunos participaram de uma reunião na diretoria da escola para esclarecer os fatos. Em nota, a secretaria afirmou que as crianças recebem acompanhamento especial de professores coordenadores da unidade escolar e da diretoria de ensino regional.
NO BRASIL
VIOLÊNCIA ESCOLAR PODE CUSTAR US$ 943 MILHÕES AO ANO
BBC Brasil
http://educacao.uol.com.br/ultnot/bbc/2010/10/26/violencia-na-escola-pode-custar-us-943-milhoes-ao-ano-no-brasil-diz-relatorio.jhtm
A pesquisa foi feita pela organização britânica de defesa das crianças Plan International e o Instituto Overseas Development (ODI, na sigla em inglês). Segundo o relatório publicado, o custo da violência nas escolas, apenas levando em conta os benefícios sociais aplicados anteriormente, pode chegar a US$ 60 bilhões se computados todos os 13 países pesquisados.
No cálculo foi considerada a perda de ganhos de uma pessoa que deixa de comparecer à aula ou desiste da escola por causa da violência e mediu também as perdas do investimento público em educação devido às faltas dos alunos nas escolas.
De acordo com o relatório, os Estados Unidos, por exemplo, pagam um alto preço pela violência entre jovens, dentro e fora da escola. A Plan International estima que o custo total de todas as formas de violência juvenil entre os americanos chega a US$ 158 bilhões.
E para o Brasil, o caso não parece ser diferente, segundo o levantamento.
"Muitas escolas no Brasil se transformaram em lugares perigosos para crianças, com violência brutal e até homicídio, além de abuso sexual, roubos e danos à propriedade", alerta o documento.
"84% dos estudantes que participaram da pesquisa feita em seis capitais brasileiras acharam suas escolas violentas e 70% disseram que foram vítimas de abusos."
"Isto reflete os altos níveis de violência na sociedade brasileira. A estimativa é de que a violência entre jovens tenha um custo de US$ 19 bilhões por ano, sendo que destes US$ 943 milhões podem ser ligados a violência na escola", informou o relatório.
POUCOS DADOS
Segundo o documento da Plan International, a violência nas escolas é um problema que afeta igualmente países desenvolvidos e em desenvolvimento. No entanto, a organização reconhece que é "impossível calcular a verdadeira extensão (do problema), pois as crianças geralmente têm muita vergonha ou muito medo de falar a qualquer um sobre isso".
O relatório descreve uma "relação próxima" entre o bullying nas escolas e a violência entre jovens.
De acordo com o estudo, entre 20% e 65% das crianças no mundo todo afirmam que sofreram bullying, mas esta proporção pode ser maior, pois a organização afirma que a violência na escola é pouco denunciada.
Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de um quinto dos estudantes do equivalente ao ensino médio afirmaram que foram vítimas de abuso várias vezes, de acordo com dados coletados pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
A prevalência do bullying nas escolas americanas é tão alta que o CDC trata o problema como uma questão de saúde pública.
"Como resultado, você não vai à escola, você está perdendo a oportunidade de aprender", afirma Julie Hertzog, diretora do Centro Nacional Americano para Prevenção do Bullying, dirigido pela organização de defesa das crianças Pacer.
Para o diretor-executivo do grupo de defesa americano CeaseFire, Gary Slutkin, o bullying não está diretamente ligado à violência entre jovens.
"Bullying não é a mesma coisa que violência letal mas pode se agravar progressivamente, e a sociedade americana está gradualmente tomando a decisão de que (o bullying) não é mais aceito como algo normal", disse Slutkin, cuja organização trata a violência entre jovens com o uso de um modelo de saúde pública.
EM OUTROS PAÍSES
O relatório da Plan International diz ainda que em 88 países, incluindo a França e alguns Estados americanos, os professores tem permissão legal para punir fisicamente os alunos.
E cita casos como o do Egito, no qual 80% dos meninos e 67% das meninas já sofreram punição corporal.
O documento menciona ainda a situação na Etiópia, onde a punição corporal é proibida, mas as leis de proteção à criança não são aplicadas e as punições continuam sendo aplicadas. Um estudo naquele país mostra que 80% das crianças foram obrigadas a ajoelhar, receberam pancadas na cabeça, tapas ou pancadas com uma vara.
Outro problema levantado é a violência sexual. Um estudo realizado por estudantes em Serra Leoa mostrou que 59% das meninas tinham sofrido abuso sexual.
No Equador 37% das adolescentes que foram vítimas de violência sexual apontaram professores como os responsáveis. Na África do Sul, professores foram considerados culpados de um terço dos estupros de crianças.
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