AUMENTA O CONSUMO DE CRACK NO BRASIL
Data: 01/09/2008
Em meados dos anos 80, uma nova droga surgia. Devido ao seu baixo custo e ao seu rápido e intenso efeito, o crack ganhou popularidade entre seus usuários, especialmente nas áreas urbanas mais pobres. Porém, ao mesmo tempo em que cria uma sensação de alegria no usuário, a droga também deixa efeitos significativos e potencialmente perigosos no corpo. As pessoas que o utilizam, mesmo que por poucas vezes, correm riscos de sofrer infarto, derrame, problemas respiratórios e mentais sérios.
Nos últimos anos, uma constatação preocupa a sociedade: o consumo de crack tem aumentado. Em 2005, segundo a última pesquisa nacional do Cebrid, órgão da Unifesp, 0,7% da população entre 12 anos e 65 anos dizia ter provado a droga, quase o dobro do 0,4% registrado quatro anos antes. No Rio Grande do Sul, já existem 50 mil dependentes. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Estado, o problema tornou-se uma epidemia.
No Ceará, o consumo de crack também cresce. A Delegacia de Narcóticos (Dnarc) de Fortaleza informou que cerca de 70% das apreensões listadas são da droga. Em 2007, pouco mais de oito quilos foram interceptados na cidade. Em 2008, as apreensões já somam 16,5 quilos. Em sete meses, o volume dobrou. Hoje, a droga é considerada a número um em Fortaleza, a mais vendida e a mais popular.
Segundo o psiquiatra Alexandre Sampaio, que trabalha no Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) da Universidade Federal do Ceará (UFC), o aumento do consumo deve justamente pelas características da droga. “O crack é uma droga que gera prazer em questão de segundos e seus efeitos passam alguns minutos depois. Isto causa uma alta dependência e num tempo muito curto”, informa Sampaio.
Questionado sobre o tratamento mais adequado nos caso de dependência de crack, o médico revela que é o viciado quem deve procurar ajuda e que ela deve estar de plantão e agir de imediato. “É importante que as portas estejam abertas e no momento em que o paciente achar que tem algum problema, a ajuda deve ser de fácil acesso. Caso contrário, ele acaba desistindo”, explica.
Por isso, a participação da família é importante. “O paciente não pode encarar essa batalha sozinho. E isso já está comprovado: quando a família ajuda, a taxa de abstinência à droga é maior”, conclui Sampaio, dizendo também que não se deve dar dinheiro ou confrontar o dependente. “O certo é esperá-lo pedir socorro e estar pronto para atendê-lo”, finaliza.
Fonte: Agência Saúde Mental
http://www.abpcomunidade.org.br/agencia/reportagens/exibir/?id=11
CONSUMO DE CRACK AUMENTA PROBLEMA DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO RIO DE JANEIRO
26.08.10 às 22h56
Rio - O problema da dependência química se agravou no Rio de Janeiro com a entrada gradual do crack, a partir de 2000, disse nesta quinta-feira o psiquiatra Osvaldo Saide, da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro (Aperj). Ele participou do primeiro dia de trabalhos da 7ª Jornada Sudeste da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da 19ª Jornada de Psiquiatria da Aperj, no Rio.
Saide afirmou que a questão das drogas deve ser encarada como um problema de saúde pública. Os profissionais do setor estão preocupados com o aumento do número de dependentes químicos porque há poucos recursos no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar dos problemas que a população apresenta. “Os serviços de saúde pública não estão dando conta do atendimento que a população da cidade precisa e, provavelmente, o país”, avaliou.
De acordo com ele, as enfermarias para desintoxicação de dependentes químicos, criadas por portaria em 2002, até hoje não saíram do papel. O que existe, acrescentou, são apenas leitos em alguns hospitais. Isso, assinalou, não resolve a questão. Para o psiquiatra, a rede pública de saúde precisa contar com centros especializados no tratamento de dependentes químicos.
Por se tratar de um produto mais barato, o crack tem maior alcance, atingindo pessoas mais pobres.. Seu uso, porém, vem se ampliando também na classe média, principalmente entre os jovens, enfatizou o psiquiatra.
De acordo com o especialista, a questão das drogas não pode ser vista apenas como um problema social, mas deve ser incluída nas políticas públicas de saúde. Segundo ele, a procura pelo serviço de atendimento a dependentes químicos é crescente no Rio de Janeiro e o governo não tem onde colocar essas pessoas que, muitas vezes, apresentam uma conduta compulsiva para a compra de drogas e se tornam violentas.
A Secretaria Estadual de Saúde informou, por meio de sua assessoria, que o estado tem tratamento ambulatorial para o dependente químico, no Centra Rio e no Centro Psiquiátrico do Estado do Rio de Janeiro (CPRJ). O estado tem também três clínicas para internação, administradas pela Secretaria de Ação Social, onde os pacientes passam pela desintoxicação. Além disso, o Instituto Pinel de Psiquiatria conta com uma unidade para internação de dependentes de álcool.
Os eventos da ABP e Aperj se estenderão até o próximo sábado, debatendo o tema O Desafio dos Diagnósticos Espectrais em Psiquiatria: Mito ou Verdade.
http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/8/consumo_de_crack_aumenta_problema_da_dependencia_quimica_no_rio_106057.html
CRACOLÂNDIAS CARIOCAS
CONSUMO DE CRACK SE ALASTRA ENTRE MORADORES DE RUA E TAMBÉM NA CLASSE MÉDIA
Publicada em 10/04/2008 às 23h59m
O Globo OnlineRIO - A realidade de dois garotos que todas as noites fumam crack na Rua Marquês de Pombal, no Centro do Rio, expõe o alarmante crescimento do consumo da droga entre moradores de rua, com reflexos também na classe média do Rio, como atestam especialistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad), da Uerj. Atualmente, os dependentes de crack representam 30% dos atendimentos, ficando atrás apenas dos usuários de cocaína, de acordo com reportagem publicada no jornal "O Globo" desta sexta-feira.
Como os dois meninos, 80% dos dependentes de crack assistidos pelo Nepad são crianças e adolescentes, com idade abaixo de 15 anos. O aumento do consumo do crack no Rio, no entanto, não está associado apenas a moradores de rua. Diretora do Nepad, Maria Thereza de Aquino alerta para a expansão da droga entre a classe média. A psiquiatra afirma que em 21 anos de trabalho com dependentes de drogas nunca enfrentou um quadro tão grave:
A proliferação das pedras, como a droga também é chamada, nas ruas do Rio, tem uma característica própria: o consumo é pulverizado e pode ser constatado em locais como os arredores do Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, e no Largo de São Francisco, no Centro. Em 2006, a PM recolheu 5.711 pedras. Ano passado, o número saltou para 14.876, aumento de 160,4%.
Policiais dizem que o crack começou a chegar ao Rio em 2002, depois que a maior facção criminosa fluminense se aliou a uma outra de São Paulo. Uma das hipóteses é a que de que traficantes começaram a fazer operações casadas: ou seja, para comprar a cocaína, tem de levar também o crack. Até então traficantes impediam a venda da droga nas favelas porque, além de ser barata, causa um efeito rápido e devastador no viciado.
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2008/04/10/consumo_de_crack_se_alastra_entre_moradores_de_rua_tambem_na_classe_media-426788920.asp
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