O JN no Ar saiu pela primeira vez de uma região metropolitana, pela primeira vez um segurança acompanhou a equipe, pela primeira vez a equipe foi muito assediada.
O repórter Ernesto Paglia, da equipe do Jornal Nacional, esteve em Marabá neste 26/08 e fez o percurso rodoviário de Marabá à Jacundá, 105 quilômetros, e pode sentir na pele o que sofremos ao trafegar na PA-150, uma estrada asfaltada, cheia de buracos, matos e pontes precárias. Eles tiveram o desprazer de ficar com dois pneus furados. Menos mal, pelo menos não foram assaltados na estrada.
Em sua matéria destaca alguns números sobre o estado do Pará, veja matéria do Jornal Nacional abaixo:
Pará: 7,5 milhões de habitantes. É o estado mais populoso do norte, e o que produz mais riquezas. Apesar disso, tem o menor rendimento médio mensal da região.
Os paraenses convivem com a segunda maior taxa de homicídios do país. Por outro lado, são os que têm a maior expectativa de vida do Norte.
“A diversidade nossa é imensa: suco de cupuaçu, nosso tacacá, nossa maniçoba, nosso pato no tucupi”.
Mais da metade dos moradores não recebe água encanada, e 96% não têm esgoto. O analfabetismo atinge 9,3 % da população, um pouco abaixo da média nacional, que é de 9,8%.
O Pará tem 4,7 milhões de eleitores. Para chegar ao destino, o jato que leva a equipe do repórter Ernesto Paglia pousou em Marabá, no Aeroporto João Corrêa da Rocha.
O repórter Ernesto Paglia falou, ao vivo, do aeroporto e contou o que eles encontraram em Jacundá.
Vocês sabem que Jacundá é uma destas comunidades relativamente jovens do Norte do país. Parece que as pessoas foram se implantando na cidade, de forma pioneira; e o Estado, as instituições e a lei só vão chegando aos poucos, e nem sempre são bem assimilados, bem adaptados pela população local, esses pioneiros que estão lá.
São só 105 km asfaltados de Marabá até Jacundá, mas mesmo esta é uma viagem bastante sacrificada.
A estrada de Jacundá é estreita, marcada por remendos e freadas de caminhão.
A política é tensa. E aparece logo na chegada. Somos rodeados por partidários do candidato que teve mais votos em 2008, mas não assumiu a prefeitura, por causa de problemas com a Justiça Eleitoral.
“Estamos em um processo democrático que Jacundá não está tendo”.
“Tenho 16 anos e posso andar de moto. Aqui é assim, não tem lei não”.
Nas ruas, não vimos viaturas. Só uma blitz da Polícia Rodoviária, fora da cidade.
Mesmo na rodovia, a fiscalização não resolve. Motoqueiros irregulares esperam no acostamento até o bloqueio ir embora. E nem pensam em legalizar a própria situação. “Eu estou sem carteira, porque o governo não dá chance pra gente. É culpa do governo, porque eu tenho que desembolsar R$ 1,5 mil, e eu ganho um salário mínimo. Ainda tenho que ir em Marabá tirar carteira, porque em Jacundá não tira”.
Ilegalidade mais grave aparece no desabafo da moradora: “Tem violência, assassinatos, bandidagem”. Jacundá é a quinta cidade mais violenta do Pará, estado com o maior número de conflitos no campo do país, e o maior número de homicídios no Norte.
Em uma reunião anual, que estava acontecendo nesta quinta-feira em Jacundá, encontramos gente preocupada com outros problemas da cidade: a prostituição infantil e o abuso sexual de menores.
Ano passado, 52 casos de violência sexual foram registrados em Jacundá. Uma agricultora procurou o Conselho Tutelar semana passada para denunciar um vizinho abusou da filha dela, deficiente mental, de quatorze anos: “Ele aproveitou que ela tem esse problema, e se aproveitou dela”.
As madeireiras são importantes na economia de Jacundá. Uma das maiores é de um ex-prefeito. Parte da madeira, diz o dono, é nativa, retirada sob supervisão da Secretaria do Meio Ambiente do Pará. A outra vem do replantio de áreas que já foram exploradas no passado.
“Nós estamos partindo para o reflorestamento, porque agora nós temos condições para reflorestar”, disse o dono da madeireira, Adão Ribeiro.
Cuidar do futuro ainda é exceção por aqui. As pequenas carvoarias, que concentram muitos casos de trabalho escravo, mostram o lado mais atrasado deste pedaço do Pará.
“Todos que estão aqui, com certeza não queriam estar aqui. Mas fazer o que?”.
O repórter ainda apresentou vídeo falando de sua experiência, e considera: a realidade é mais extrema porque apresentou a ausência de autoridades, as pessoas menores de idade andam em motos sem capacetes. Precisando de mais democracia.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/jnnoar.html
Da matéria apresentada pelo Jornal Nacional podemos destacar a ausência de alguns assuntos muito importantes: Saúde, Saneamento Básico, Educação, Esportes e etc. O Estado precisa se fazer presentes nos municípios, aliás, ressaltamos, é justamente por essa ausência que cresce a cada dia a luta pela criação do Estado de Carajás.
Um comentário:
O JORNALISTA `ERNESTO PAGLIA´ não mostrou todo a realidade da minha cidade. JACUNDÁ PRECISA DE SOCORRO! LE COM ATENCÃO.
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