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quinta-feira, 4 de abril de 2013

MARABÁ 100 ANOS, NÓS FAZEMOS PARTE DESTA HISTÓRIA

MESTRE MARABAENSE ANTÔNIO CARLOS SILVA ALMEIDA LEVANTA
TROFÉU DE VICE CAMPEÃO DO 1º ABERTO DE MARABÁ (1990)
 
Uma Clube de Xadrez na Amazônia, em plena década de 1980. Uma bela história começa a ser escrita e se insere na história da Centenária Marabá, cujo aniversário é o dia 5 de Abril. Nos envaidece e nos deixa muito felizes, saber que fazemos parte da vida desta cidade , mas, ao mesmo tempo, nos conscientizamos da nossa importância e responsabilidade de realizar nossas atividades desportivas e educativas. Nosso dia-a-dia.
 
GARIMPEIROS TRANSPORTAM O CASCALHO
(FOTO: UOL)
 
GARIMPEIROS NA EXTRAÇÃO DO OURO DE SERRA PELADA
(FOTO: UOL)
 
Presente na região Amazônica presenciamos o crescimento e as transformações ocorridas. À época tivemos a explosão do Garimpo de Serra Pelada com extração manual de ouro. A serra foi sendo removido dando origem a um imenso buraco, um verdadeiro formigueiro humano de aproximadamente 80 mil pessoas num eterno vai e vem, levando às costas sacos com cascalho para limpeza em batéias, restando no final o brilho do valioso metal.
 
No ano de 1989 aconteceu um grave acidente aéreo com um avião que saía de Marabá com destino à Belém e se perdeu na mata, ficando conhecido como o Caso Garcez, ferindo 41 passageiros e ceifando 12 vidas humanas. Triste ver os vídeos no youtube. Também começava o Projeto Grande Carajás para a extração de minério de ferro. Até hoje saem da Serra dos Carajás (Parauapebas) comboios de 330 vagões, cada um com capacidade de 108 toneladas. Mas, levam também, de Carajás o ouro (mas, não nos trens) e manganês, matéria prima para exportação.
 
Na década de 1980 vários municípios nasceram (sendo desmembrado) a partir de Marabá, a cidade-mãe: Parauapebas (1988), Curionópolis (1988) também fazendo surgir Eldorado dos Carajás (1991), Água Azul do Norte (1991) e Canaã dos Carajás (1994).
 
Tivemos a maior enchente no ano de 1980, as águas do rio Tocantins e seus afluentes subiram 17,42 metros, deixando a Cidade Velha assolada. Já em 1987 um fato muito triste aconteceu na ponte do rio Tocantins. O episódio ficou conhecido como o Massacre de São Bonifácio quando policiais fecharam as extremidades da ponte e começou o tiroteio que ceifou a vida de 79 garimpeiros que lutavam pela reabertura do Garimpo de Serra Pelada.
 
 
 
Neste cenário de efervescência nascia em 1989 o Clube de Xadrez Marabá, com o desejo de representar o Estado do Pará em competições oficiais e com escopo maior de levar aos bancos escolares a Ciência e a Arte do Jogo de Xadrez. Segundo a importante entrevista com o Fundador do Clube, o Sr. Rubens Kossatz, nascia alí o primeiro da Amazônia.
 
O COMPANHEIRO RUBENS KOSSATZ SEMEOU
A BOA SEMENTE DO XADREZ EM MARABÁ
 
Em 1990 com o apoio da Loja Maçônica Pioneira (Velha Marabá) foi realizado o 1º Torneio de Aberto de Xadrez de Marabá com a participação de 24 enxadristas, sendo vencido pelo Sr. Mário Américo (Banco do Brasil) e o Sr. Antônio Carlos Silva Almeida como vice campeão. Foi um belíssimo campeonato organizado pelos Mestres Rubens Kossatz e Antônio Carlos S. Almeida, exímios enxadristas e baluartes do xadrez por anos e anos.
 
ANTÔNIO CARLOS DISCURSA NO CAMPEONATO PARAENSE INFANTIL DE 1998,
COM O SR. TALISMAN (ESQ), ARNILSON (CENTRO) E BIANOR DANTAS (DIR)
FENAJ 2002 - BRASILEIRO SUB 16 M/F E SUB 18 M/F
 
Outras competições importantes foram sendo promovidas ao longo do tempo: Campeonatos Paraense com apoio da extinta Federação Paraense de Xadrez (FPAX), Interregionais, Interestudantis, Torneio Aberto Cidade de Marabá (CBX) com 65 participantes de todo o Brasil, Campeonatos Brasileiro de 2002 das categorias Sub16 M/F e Sub18 M/F, Jogos Estudantis de Marabá e do Pará.
 
JOGOS ESTUDANTIS DE MARABÁ 2012
 
Também fomos às escolas. Nos anos de 1996 e 1997 deixamos nossas sementes nas instituições de ensino. Um trabalho que visitou aproximadamente 15 escolas e atendeu 365 estudantes a custo zero, trabalho voluntário, sem nenhum ônus ao munípio. Na equipe uma pessoa trabalhou muito, a Professora Laura Souza Araújo, gente que faz, deu muito do seu suor e saúde.
 
Caminhamos para um futuro que poderá ser muito positivo, caso seja institucionalizado o ensino de xadrez nas escolas. Muito se fala que Marabá é uma cidade progressista, mas, no entanto, precisa abrir os olhos e colaborar com esta ação. Alías, todo o trabalho desenvolvido nas escolas locais tem as mãos e os pés do Clube de Xadrez Marabá.
 
Fruto de nossa ação ao longo dos 23 anos do Clube colhemos muitas histórias de vidas, depoimentos que nos enchem de satisfação por encaminhar e fortalecer nossas crianças e jovens para uma vida melhor. Mas, contar estas histórias poderia ser interpretado como soberba, vaidade, orgulho e isto não nos move. É importante lembrar o trabalho dos pioneiros Rubens Kossatz e Antônio Carlos que dedicavam seu tempo e recursos para alavancar o xadrez e, nenhuma vez foram orgulhosos, pelo contrário, ficou para mim a marca da humildade, de ser visto e de não se mostrar para se auto promover. Poucas foram as homenagens à estes senhores. O Mestre Antônio Carlos recebeu alguns reconhecimentos do próprio Clube de Xadrez e com o Torneio Antônio Carlos. O Sr. Rubens que reside em São Paulo recebe homenagem com o Torneio Rubens Kossatz ocorrido no dia 23 de março do corrente ano.
 
 
“E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…”
 

“Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas”.
 
“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.”

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