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sábado, 21 de janeiro de 2012

506 - SHERLOCK HOLMES - A GAME OF SHADOWS (2011)

BELÍSSIMO CARTAZ COM A ATRIZ NOOMI RAPACE
Arthur Conan Doyle na segunda reviravolta do caixão!

Seguindo a fórmula de sucesso de 2009, Guy Ritchie volta a centrar-se na remodelação do clássico de literatura, Sherlock Holmes, da autoria de Sir Arthur Conan Doyle. Provando uma mais a tendência de sofisticação face às historias que marcaram e muito, imensas infâncias e se converteram em marcos da literatura e até mesmo da cultura popular. Poderemos chamar-lhe de reboots ou até mesmo descaramento comercial em prol da falta de originalidade cinematográfica, porém Sherlock Holmes de Ritchie consistiu num espectáculo estilístico em que o autor britânico converte a personagem snob e genial num desastrado e ordinário ser, mas com uma capacidade intelectual divina, a juntar às suas intriga temos acção e acção com fartura, ao invés do clássico “elementar, meu caro Watson” que reverte no suspense e a calma narrativa em decifrar tais mistérios. Um pouco á semelhança daquilo que foi feito com James Bond, 007, em Casino Royale de Martin Campbell, Sherlock Holmes vive assim prosperidade comercial e a aproximação às novas gerações.


CENA DO FILME COM GUY RITCHIE

Nesta segunda estancia, o personagem mestre interpretado por Robert Downey Jr. enfrenta aquele que devemos considerar o seu nemesis, o igualmente genial professor Moriaty, o cabecilha de uma conspiração a nível global sem precedentes. Com uma premissa quase apocalíptica, Sherlock Holmes : A Game of Shadows sofre do mesmo sindroma que muitas sequelas que por aí andam; é seguro de si, pretensioso, sério e “bigger than life”. Assim sendo a fita de Guy Ritchie perde a frescura e a inovação do anterior de 2009 e torna-se numa epopeia estilística e sempre energética.


CARTAZ OFICIAL COM ROBERT DOWNEY JR

As deduções e o mistério do personagem criado por Arthur Conan Doyle são substituídos por um embrião de James Bond, onde os punhos fazem a diferença no próprio jogo intelectual. O realizador transporta assim a sua marca estilística e usa e abusa do seu gene, até tudo se converter num exagero rebuscado como a sequência em slow motion no bosque em que os nossos heróis fogem de um tiroteio furtivo, por outro lado o exagero dramático é o seu calcanhar de Aquiles.

Robert Downey Jr. oferece ao seu Sherlock Holmes um ponto de interesse, ele é desequilibrado mas engenhoso, a sua química com Jude Law na pele do sidekick Watson fortaleceu e o vilão, interpretado por Jared Harris, compõe como yin yan em relação ao nosso detective provado. Mais novas aquisições é de Stephen Fry como o boémio irmão de Holmes e Noomi Rapace, a celebre Lisbeth Salander da trilogia sueca, Millennium, é uma peça chave para a premissa, como também é a confirmação de que a actriz que brilhou nos thrillers de Stieg Larsson revela-se capaz de adaptar á indústria de Hollywood.

MAGNÍFICO TABULEIRO E PEÇAS DE XADREZ
Se em termos interpretativos, Sherlock Holmes – A Game of Shadows não há dedo que se aponta, a nível técnico a fita de Guy Ritchie é um festim, não só pelas habituais manhas do autor no campo visual como também a elogiada banda sonora composta por Hans Zimmer, que transmite alguma classe para a narrativa. Para terminar, destaca-se uma das sequências mais brilhantes do ano, um jogo de xadrez mental entre dois colossos do intelecto, num canto, Sherlock Holmes e do outro, Moriaty.

Uma sequela inferior, demasiado pretensiosa e por vezes exagerada, mas que é composta por um elenco profissional e de uma produção exemplar. Todavia confesso e temo que este Sherlock Holmes seja cada vez mais próximo de um 007 do século XIX do que propriamente o detective privado mais celebre de que há memória.

Real.: Guy Ritchie / Int.: Robert Downey Jr., Jude Law, Noomi Rapace, Jared Harris, Stephen Fry, Kelly Reilly, Rachel McAdams

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