Foto: Revista VEJA |
Francisco Arnilson de Assis*
A Hiperatividade é
conhecida no meio científico como TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção
Adquirida. O portador deste transtorno é geralmente chamado de Hiperativo, dada
a sua dificuldade de atenção e concentração. Ultimamente vem se empregando um
novo termo: mente inquieta, por conta do comportamento desatento e na falta de
foco nas atividades mais corriqueiras.
A Revista Super
Interessante (ed. 306) de julho de 2012 colocou em evidência aspectos pessoais
do repórter Rodrigo Rezende e sua missão de produzir um texto pessoal sobre o
TDAH em dois meses e que demorou dois anos para ser concluído.
Estima-se que um em cada 20
adultos apresente sintomas suficientes para ser diagnosticado com o TDAH. Este
problema foi objeto de um estudo americano que impactou o prejuízo na
produtividade anual da ordem de US$ 77 bilhões, cifra muito maior que as
despesas com a depressão (43) e a do abuso de drogas (58 bilhões). Portanto,
entender e tratar o TDAH significa lucro.
A psiquiatra e autora de
livros Ana Beatriz Barbosa explica que "o defeito está numa parte do
cérebro chamada lobo frontal, que fica próxima a testa." O lobo frontal é
uma espécie de gerente executivo do cérebro. A função dele é coletar informações
e enviar ordens em forma de impulsos elétricos para as outras partes do órgão.
Mas, como todo bom gerente, exige um pagamento adequado para trabalhar. No
caso, o pagamento é em dopamina, uma substância que regula a interação entre
neurônios. Sem ela, os neurônios do lobo frontal não conseguem conversar
direito. A empresa começa a funcionar sem um gerente e ganha o setor que grita
mais alto. Com medo da falência, a empresa cerebral ainda pode tentar criar uma
espécie de caixa dois de dopamina. Aí começa uma busca desesperada por tudo que
promove a produção do neurotransmissor: açúcar, sexo, nicotina, jogo, álcool,
drogas ilegais. Não é à toa que 17 a 45% dos adultos com TDAH apresentam
problemas com álcool, e que o risco de se viciar em drogas é o dobro para quem
tem essa doença.
"Estima-se que 80% dos
casos de TDAH têm origens genéticas", diz o psiquiatra da New York
University Lenard Adler.
O mecanismo exato de funcionamento dos medicamentos para TDAH é
desconhecido. Ritalin, Aderall, Concerta, Venvanse, são algumas das drogas mais
eficazes na guerra contra os problemas de atenção. Até a presente data não
existe um medicamento que funcione com 100% de eficácia, ou seja, os
medicamentos são testados em cada paciente.
No próximo artigo faremos a relação do TDAH e o Xadrez, de que modo ocorre os benefícios para os hiperativos.
Para saber mais:
O autor é Licenciado em Letras e Literaturas Vernáculas pela Universidade Federal do Pará e escreve a Coluna Xeque-Mate do Jornal Opinião de Marabá, Pará.
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