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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

465 - XADREZ VIRA TRUNFO CONTRA BAIXO IDH NAS ESCOLAS DE JAPERI-RJ

Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, com projeção de chegar até Belém do Pará.
PROJETO XEQUE-MATE LEVA JOGO AOS ALUNO DO ENSINO MÉDIO


Cerca de seis mil alunos participam do projeto em Japeri.

Bernardo Tabak

Do G1 RJ

O xadrez, um dos jogos mais antigos do mundo, está transformando a realidade de uma das cidades mais pobres do Rio. O município de Japeri, na Baixada Fluminense, tem um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) do estado, o pior da Baixada. Agora, a prefeitura tenta mudar esse quadro através do xadrez. De acordo com a Secretaria municipal de Educação, cerca de 6 mil alunos do Ensino Fundamental participam do projeto Xeque-Mate, criado em 2009.

“A gente acredita que pode melhorar o nosso IDH através de projetos como o Xeque-Mate”, ressalta a secretária de Educação de Japeri, Miriam Paz. A Fundação Cide (Centro de Informações e Dados do Estado do Rio de Janeiro), órgão do governo estadual, apresenta Japeri na 77ª posição no ranking do IDH-M do estado, de um total de 92 municípios.


Hoje, 15 das 30 escolas de Japeri integram o projeto, que tem alunos de 8 anos até mais de 30 anos, das classes de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O objetivo é fazer com que, através do xadrez, os alunos tenham avanços no desempenho escolar e um melhor comportamento na relação com os colegas e professores.

“Muitas vezes, é difícil fazer os alunos prestarem atenção às aulas. O xadrez é bom para a concentração, a paciência, a memória e a análise sintética”, observa Miriam, que tem 20 anos de magistério e é especialista em educação de crianças com dificuldade de aprendizagem.

Tabuleiro gigante


Para iniciar os estudantes, o projeto Xeque-Mate apresenta o jogo como uma brincadeira, sem enveredar pelas complexas estratégias e táticas do xadrez. Para isso, um enorme tabuleiro de plástico, com peças gigantes, permite que os alunos façam parte do jogo, literalmente.

O tabuleiro atrai principalmente as crianças, que, descalças, pisam sobre o tabuleiro estendido no chão, e movimentam as peças com cerca de meio metro de altura. “Desta forma, conseguimos despertar o interesse dos alunos”, explica o professor de Matemática Marco Antônio Govêa, de 40 anos, coordenador do projeto. “Depois, os alunos conseguem transpor o jogo para o tabuleiro convencional, e começamos a aprofundá-los nas estratégias de movimentos do xadrez”, acrescenta ele.


PROJETO CONQUISTA POPULAÇÃO DE JAPERI


Ao contrário de muitas outras crianças da idade dela, Gabriella Marins, de 9 anos, prefere o xadrez ao videogame. “Enjoei. Hoje, eu gosto mesmo é de jogar xadrez na escola e em casa”, conta ela. Já Everton Lima, 11, diz que, depois dos estudos, se divide ente o xadrez e o futebol. “Ensino xadrez aos meus amigos para poder jogar com eles”, revela o menino.

O jogo virou mania a ponto de o tabuleiro ser disputado nos tempos vagos da escola. De acordo com os coordenadores do projeto, não só os alunos, mas os moradores de Japeri se empolgaram com a novidade. “Com as aulas, a gente despertou o interesse da população pelo jogo”, destaca Sheila Carmo dos Santos, uma das coordenadoras.


ALUNA QUER SER JOGADORA PROFISSIONAL


Aluna e jogadora de xadrez, Yasmin Alves Barbosa, de 9 anos, ganhou um tabuleiro de presente da secretária de Educação, Miriam Paz. Entre os adversários estão até o vigia do colégio.

“Foi a Yasmin quem me ensinou a jogar”, recorda Jeancarlo de Morais, de 33 anos. “O Jean é um bom aluno, mas eu ainda ganho mais partidas”, orgulha-se ela, que melhorou as notas depois que começou a jogar. “Quando crescer, quero ser jogadora de xadrez”, sonha a menina.

“O xadrez não tem raça, nem cor. Todo mundo pode jogar”, diz a secretária de Educação. “Hoje, algumas escolas ainda improvisam as aulas de xadrez nos refeitórios”, diz Miriam Paz. “Mas queremos chegar a todos os colégios até o final de 2011, com salas apropriadas para fazer com que os 16 mil alunos do Ensino Médio aprendam a jogar”, conta Miriam.

Esta matéria foi publicada na "Coluna Xeque-Mate", do Jornal OPINIÃO de 15/12/2011.


Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/06/xadrez-vira-trunfo-contra-baixo-idh-em-escolas-da-baixada-fluminense.html

Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br/efcb_rj_linha_centro/japeri.htm

HISTORICO DA LINHA: Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais, atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém, havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio. Entre Japeri e Barra do Piraí havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente, entre Montes Claros e Monte Azul os trens de passageiros sobreviveram até 1996, restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira ainda existe... para trens cargueiros.

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