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domingo, 12 de junho de 2011

329 - 1º GAC DE SELVA - UM QUARTEL SUPER INTERESSANTE

A cidade de Marabá abriga um dos Regimentos mais antigos do Exército Brasileiro. Muitas páginas estão registradas em objetos que marcaram a gloriosa história, como pude ver durante a realização da cerimônia de formatura de novos soldados. No desfile militar um veículo automotor da marca Dodge (um jipe) que serviu a Força Expedicionária Brasileira, conduziu uma relíquia da 2ª Guerra Mundial, a bandeira nazista.


Ten. Cel Alexandre de Almeida Porto Comte do 1º  GAC  de Selva (esq.), o Francisco Arnilson do CX Marabá e o Comte da Brigada Gen. de Brigada Humberto Francisco Madeira Mascarenhas (dir)

Desde julho de 2005, Marabá abriga aquela considerada a mais antiga unidade de artilharia do Exército Brasileiro: o 1º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva, criado pela Carta Régia de 16 de abril de 1736, para guarnecer as fortalezas que defendiam a cidade do Rio de Janeiro.

Em 1857, sentou praça naquela unidade e prestou juramento à Bandeira Nacional Floriano Peixoto, que depois se tornou patrono do 1º GAC Sl, ficando conhecido como o "Marechal de Ferro", aquele que consolidou a República.

Sete anos depois, em 1864, o "Regimento Floriano" participou do cerco a Montevidéu, capital do Paraguai, e demais operações naquele país, contribuindo para as mais importantes vitórias militares do Brasil, como na Ilha de Redenção e nas batalhas de Tuiuti e Lomas Valentina, na rendição de Humaitá e na Campanha da Cordilheira. Depois da Guerra da Tríplice Aliança, o 1º GAC – Regimento Floriano, retornou ao Rio, sob o comando do marechal Deodoro da Fonseca.

E foi ao lado de Deodoro, que o Regimento Floriano teve papel decisivo na Proclamação da República, em 1888, e cinco anos depois, quando conteve a Revolta Armada, em 1893 e 1894.

Já em 1897, o 1º GAC, sob o comando do capitão Salomão da Rocha, vivenciou momento heróico, durante a Batalha de Canudos. Rocha e seus comandados da 4ª Bateria foram massacrados pelos jagunços de Antônio Conselheiro, mas não fugiram do campo de batalha, não abandonaram os canhões, junto dos quais morreram.

Em 1922 o Regimento Floriano lutou contra os revoltosos do Movimento Tenentista e, em 1932, deslocou-se para São Paulo, onde participou da pacificação da Revolução Constitucional.


Veículo Dodge utilizado pela Força Expedicionária Brasileira na 2ª Guerra Mundial
Na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, o Regimento Floriano fez parte da Força Expedicionária Brasileira e combateu em Monte Castelo, Montese, Castelnuovo, La Sierra e Camaiore, tendo sido condecorado com a Cruz de Combate 1ª Classe e com a Ordem do Mérito Militar.

O 1º GAC Sl – Regimento Floriano, também participou do estabelecimento da ordem, na Contra-Revolução Democrática de 31 de março de 1964.


Militares em trajes de época
Única Organização Militar Expedicionária na Amazônia, o Regimento Floriano é considerada a mais antiga Unidade de Artilharia descendente direta da velha corporação criada por Gomes Freire, hoje com sede em Marabá, dentro do Plano de Reestruturação do Exército.


MUSEU
Ao mudar para Marabá, o 1º GAC Sl trouxe junto o museu do regimento, chamado Espaço Cultural Floriano Peixoto. Trata-se de um acervo de mais de 200 peças formado ao logo dos 275 anos do Regimento Floriano e que contam a história deste.

"Com o advento de sua nova missão, o Regimento foi transferido para Marabá, onde todo o acervo em questão foi reunido e expandido, devido convênio firmado com o Museu da República, por meio Ministério da Cultura", explica o tenente Albert, oficial de Relações Públicas, do Regimento Floriano.

O acervo é formado por relíquias, como símbolos de poder dos exércitos inimigos, granjeados nas batalhas como troféus de combate e trazidos à caserna quando do retorno dos soldados. Ao verificar-se a riqueza dessas peças, uma vez que elas representavam uma grande parte da História do Brasil e do Mundo, elas foram reunidas e catalogadas, a fim de serem compartilhadas com a sociedade.

Embora todas as peças sejam importantes, destacam-se no acervo as medalhas da Cruz de Combate de 1ª Classe e a Medalha da Ordem do Mérito das Forças Armadas, mais altas comendas outorgadas ao Regimento pelas vitórias nas batalhas da Segunda Guerra Mundial; uniformes, equipamentos, e uma bandeira Alemã, troféus capturados em solo europeu no conflito em questão; além de um Canhão Revólver Krupp, usado por ocasião da Proclamação da República foi dado como presente ao o então presidente do Brasil.

E é esse Canhão Revolver, do Século 17, a mais antiga peça do Espaço Cultural Floriano Peixoto. Inicialmente, foi doado pela família de Floriano Peixoto ao Museu da República, depois, cedido ao acervo do museu do 1º GAC Sl por meio do Ministério da Cultura.

O museu, entretanto, não retrata apenas a Guerra do Guerra do Paraguai, a Proclamação da República, a Batalha de Canudos (BA), a Revolução Constitucional ou a Segunda Guerra Mundial, entre outras. "O nosso espaço cultural contém em seu acervo peças da atuação do Regimento Floriano na atualidade, como, por exemplo, materiais que foram utilizados por militares do 1º GAC Sl, em Missões de Paz da ONU, nas quais participou o Exército Brasileiro", afirma o tenente Albert.

Indagado sobre a importância do museu para aquela unidade militar, o oficial disse que ela está naquilo em que todos os dias o soldado de hoje faz nas diversas Organizações Militares do Exército Brasileiro: "O culto aos heróis do passado que, ao tombar seu sangue, nos compraram uma Nação forte e unida e os valores cívicos que norteiam as ações do Exército Brasileiro".

"No entanto, compreendemos ainda que a importância desse acervo, não se limita ao Exército, pois é fonte inesgotável de enriquecimento cultural para toda a sociedade, particularmente aos marabaenses que possuem na sua cidade acervo de tanto valor histórico e cultural", afirma o oficial, acrescentando: "Um exemplo disso é a realização de visitas por escolares de rede pública, estadual e municipal, e autoridades civis e militares que visitam o 1º GAC Sl".
Bandeira Nazista
SERVIÇO – O Espaço Cultural Floriano Peixoto encontra-se aberto a visitação de toda a sociedade, por meio de agendamento realizado na Seção de Comunicação Social do 1º GAC SL, pelo telefone 3622-2665.

Entrega do Troféu de Campeão ao militar Miguel Ângelo F. Quadro do 1º TORNEIO DO DIA DA ARTILHARIA

Texto extraído do: http://www.ctonline.com.br/imprimir.php?id=1224 de 07/04/2011.

Um comentário:

Unknown disse...

Queri encontrar alguem que trabalha ai se alguem poder me ligar 9184186137 acho que trabalhou ai em 78 nem sei se ainda vive é pai do meu esposo o nome é GILBRTO