sábado, 5 de maio de 2012
O XADREZ COMO MARKETING NAS ESCOLAS
Muitas escolas adotaram o ensino curricular e até extracurricular do Xadrez. Até aí está tudo bem mas, visitando estas, há uma grande quantidade delas que apenas se utilizam do alto conceito que esta prática educacional e esportiva possui. Pode parecer que estou criticando o trabalho que ajudamos a construir ao longo de 25 anos no município de Marabá e Região. Porém, nossa presença nas Escolas nos permite o senso crítico de avaliar o que está acontecendo.
Nós ajudamos a construir o xadrez nas escolas e continuaremos a dar todo o apoio que for necessário. Avaliamos positivamente a evolução na quantidade de escolas e alunos praticantes e percebemos as estruturas existentes, ou melhor, a falta de estruturas em nossas escolas para acolher dignamente a logística necessária ao bom desempenho dos professores e alunos e a colheita de resultados positivos.
Em nossa avaliação, não basta querer ou ter o xadrez na escola. Quando falamos no assunto não faltam alunos, pais e dirigentes escolares apontando a presença da arte de Caíssa em seus ambientes educacionais. Ainda assim, esperamos o avanço necessário e, que se dê continuamente, sempre colocando um "tijolo" de cada vez. Há escolas sem condições e outras com a mesma condição de sua implantação, ou seja, com o mínimo necessário.
Convém ressaltar que nossas escolas ao serem construídas deixou de oferecer várias estruturas para os projetos que se sucederam. Muitos espaços foram improvisados para acolher esse e aquele projeto. Mas, pouco se pensou nas possíveis ampliações. De fato, constatamos vários projetos educacionais e as escolas se espremem, se adequam, mudam horários e etc.
Com a chegada do Projeto Mais Educação, do Governo Federal, lançado no Brasil no ano de 2008 e aportado em Marabá no ano de 2010 e 2011, introduziu-se várias ações de complementação educativa visando a recuperação dos alunos com baixo rendimento escolar, possibilitou mais um desafio que as escolas tiveram de superar.
O Programa Mais Educação, criado pela Portaria Interministerial nº 17/2007, aumenta a oferta educativa nas escolas públicas por meio de atividades optativas que foram agrupadas em macrocampos como acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde, educomunicação, educação científica e educação econômica. Todas estas ações macro foram traduzidas em projetos de letramento, matemática, dança, judô, capoeira, informática, futebol, radio escolar, xadrez e etc. Tudo pensando-se numa educação com jornada integral.
Em relação ao xadrez, não vamos focalizar o Mais Educação que ainda está em fase de implantação em muitas Escolas, podemos lançar nosso olhar em outras escolas públicas e privadas, nas quais percebe-se ainda um pouco esforço de aprimorar esta atividade educativa. Apesar do baixo valor necessário à sua implantação, temos visto muitas escolas com materiais inadequados, professores que ainda trabalham de forma improvisada, faltando-lhe, inclusive, uma sala apropriada, ou seja, em cada turma um novo arranjo de mesas e cadeiras e etc. Também falta ao professor material didático e recursos pedagógicos, tudo isto, influenciando no nível de aprendizado enxadrístico.
Mesmo carente de recursos as escolas fazem o seu trabalho e ainda não conseguiram perceber, discutir, avaliar tudo o que está sendo feito. Tudo passa por investimento. Um professor de matemática possui o seu livro de suporte, o de Português e etc. Não dá para se trabalhar a Gramática, a Literatura e etc, sem apoio do livro, seja para o mestre, seja para os alunos. Para o professor de Xadrez este recurso inexiste.
Mas, mesmo assim, o marketing do xadrez está muito bom. Temos visto o bom trabalho de marketing em jornais, revistas, reuniões de pais e etc. No entanto, por conta de tudo acima mencionado, temos ainda uma pouca participação das Escolas e Alunos nos Jogos Estudantis de Marabá. O xadrez oferta diversos benefícios aos seus praticantes por desenvolver a inteligência. Enfim, iniciamos um debate sobre a qualidade do ensino de xadrez nas escolas. Não é uma crítica ácida. É uma reflexão sobre o que pode ser melhorado e trazer melhores resultados.
Os problemas não enfrentados tornarão a surgir futuramente, com uma conta bem maior. Os arranjos feitos dão um resultado imediato e de curto prazo. Encontramos escolas superlotadas e com mau funcionamento elétrico, ou seja, dada a significativa quantidade de aparelhos de computador e de centrais de refrigeração, a energia cai a cada dois minutos.
A chegada do Xadrez nas Escolas, uma boa jogada de Marketing poderá, se implementadas as mudanças necessárias, traduzir-se em benefícios à todas as disciplinas, às famílias e à sociedade em geral. Acreditamos que a mudança virá. Faremos nossa parte!
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